Histórico

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História

Estimulados por um Projeto de Lei do Senado Federal de 1954, referente à geriatria, um grupo de profissionais organizou-se para criar uma instituição brasileira dedicada ao estudo da geriatria e da gerontologia.

Foi importante que esse grupo mantivesse estreito vínculo com a Universidade: isso fez com que a geriatria brasileira rapidamente se tornasse forte e respeitada. O primeiro evento foi organizado pelo professor Israel Bonomo, docente da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (atual Faculdade de Medicina da UFRJ). Nos dias 13, 14 e 15 de maio de 1957, modestamente denominado Mesa Redonda sobre GERONTOLOGIA, ele foi realizado na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. A programação compunha-se de palestras de 20 minutos, nas quais cada especialista falava sobre as diferenças no funcionamento dos vários aparelhos e sistemas do corpo humano determinadas pelo processo de envelhecimento. Foi um sucesso, com o auditório lotado durante os três dias!

Temendo que a especialidade permanecesse elitizada – porém cientes da necessidade da sua integração com a universidade-, três médicos tomaram a iniciativa de fundar a Sociedade Brasileira de Geriatria (SBG): Roberto Segadas Viana, Abrahão Isaac Waisman e Paulo Uchoa Cavalcanti, nomeando para o cargo de Presidente o Prof. Dr. Deolindo Couto. Assim, no dia 3 de julho de 1961 tomou posse a 1ª Diretoria da atual SBGG, eleita para o período de 1961-1962, como noticiada na Revista Manchete de 22 de julho de 1961.

Ganhando espaço e reconhecimento na mídia, no dia 9 de setembro de 1961, o Prof. Dr. Peregrino Júnior, ao assumir a Presidência da SBG devido à viagem à Europa do Prof. Dr. Deolindo Couto, escreve um quarto de página no Jornal do Brasil usando o título Da arte difícil de reconhecer a velhice. Ciência nova para gente antiga.

Posteriormente, o Jornal Brasileiro de Medicina publica os temas Problemas de Medicina Geriátrica e Problemas de Cirurgia Geriátrica em suas edições dos meses de janeiro e fevereiro de 1962, respectivamente.

Mantendo o vínculo universitário, a SBG patrocinou o Curso de Extensão denominado Problemas de Medicina Geriátrica, na Universidade do Brasil. Realizado às segundas, quartas e sextas-feiras do mês de agosto de 1962, as aulas eram repetidas em outros dias, por vezes mudando o palestrante.

Houve certo esfriamento das atividades da SBG nos anos de 1963 e 1964, com o falecimento de um de seus maiores entusiastas, o Dr. Roberto Segadas. A situação muda com a eleição da 2ª diretoria, em 08 de setembro de 1965. A SBG expande-se para além do Rio de Janeiro. De 1 a 5 de outubro de 1967, a (atualmente denominada) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), através do Prof. Álvaro Barcellos Ferreira, convida a SBG para, juntas, realizarem na sua Faculdade de Medicina as primeiras Jornadas Brasileiro-Argentinas de Geriatria e Gerontologia. Essa gloriosa experiência permitiu que a SBG desse um salto mais alto, fundando a sua primeira Seção Estadual, a SBG-RS, no Rio Grande do Sul.

Para implementar o atendimento integral à pessoa idosa, havia necessidade de incorporar outras categorias profissionais além dos médicos. Com esse objetivo, realizou-se um Simpósio sobre Geriatria na Academia Nacional de Farmácia e um Curso de Iniciação em Gerontologia no Hospital São Francisco de Assis da UFRJ. Os médicos apresentaram a Geriatria para os futuros colegas gerontólogos e vice-versa. Foi assim estabelecido o primeiro elo entre a Geriatria e a Gerontologia no âmbito da Sociedade.

Com esse fortalecimento da multidisciplinaridade, realizou-se o I Congresso Nacional de Geriatria e Gerontologia, entre 28 a 31 de maio de 1969. Nessa ocasião, a SBG já estava na sua 3ª Diretoria e a área “Gerontologia” foi então incorporada, passando a Sociedade a aceitar profissionais das demais categorias envolvidas com o envelhecimento, e a usar a sigla de hoje, SBGG.

Até então, a SBGG não tinha sede e as atividades administrativas aconteciam nos consultórios e residências dos membros da Diretoria. Somente no início da década de 70, a Sociedade passou a utilizar a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro para arquivar a sua documentação.

No final dos anos 60, ocorre um fato muito marcante: a SBGG é autorizada a realizar os concursos e a expedir os Títulos de Especialista em Geriatria e Gerontologia, tornando-se um Departamento da AMB. Foi o Dr. Frederico Alberto de Azevedo Gomes o primeiro a receber o Título de Especialista, em 1º de outubro de 1969.

Confiante e embalada pelo espírito acadêmico, a Diretoria da SBGG lançou o primeiro número da Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia (RBGG), tendo como seu fundador e diretor responsável o Dr. Gilberto Avena. A tiragem inicial de 1.500 exemplares mostrou-se insuficiente: outras 1.000 revistas foram impressas para atender aos associados, faculdades de medicina, asilos e diversas instituições internacionais. Essa revista foi um importante veículo de divulgação e promoção da SBGG. A partir de então, os geriatras e gerontólogos brasileiros, bem como todos os membros da SBGG, começaram a ser chamados a participar de eventos em várias partes do mundo.

Infelizmente, a publicação da RBGG foi suspensa porque não se conseguiu patrocínio para a edição dos números seguintes,. Sem se deixar abater, o próprio Dr. Gilberto Avena se junta a um outro guerreiro, Dr. Abrahão Isaac Waisman, e, com entusiasmo redobrado, fazem ressurgir a revista em 1975, com editorial do Prof. Dr. Álvaro Barcellos Ferreira.

Em 1977, Dr. Frederico Alberto de Azevedo Gomes propôs a criação de nova publicação, os Anais Brasileiros de Geriatria e Gerontologia. A SBGG conseguiu publicar quatro números; porém, a exemplo da tentativa anterior, foi suspensa por falta de patrocínio. Um contrato com o laboratório Aché garantiu a publicação da revista Geriatria em Síntese entre os anos de 1982 a 1988.

Desde outubro de 2007, a SBGG vem publicando a Revista G&G., órgão oficial de divulgação científica da Sociedade. Trata-se da revista de maior circulação na área da Geriatria e Gerontologia, com edições trimestrais, tiragem de 2 mil exemplares e indexada na base de dados LATINDEX (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal). Seu corpo editorial é composto por geriatras e gerontólogos de renome.

O desenvolvimento da SBGG e de outras sociedades de Geriatria e Gerontologia na América Latina estimulou a fundação da Federação Latino-Americana das Sociedades de Geriatria e Gerontologia, tendo como membros as sociedades argentina, brasileira, uruguaia e venezuelana (em ordem alfabética, como faziam questão de se apresentarem).

Pela seriedade e competência como era conduzida, a SBGG logo foi reconhecida e nossos representantes eram convidados a participar de eventos mundo afora. Assim, com o sucesso já consagrado, os profissionais das gerações seguintes, interessados no envelhecimento em suas múltiplas áreas, encontraram campo fértil para o desenvolvimento da Geriatria e da Gerontologia. E continuamos crescendo! Atualmente, a SBGG possui 18 Seções Estaduais, cerca de 2.700 associados e múltiplos trabalhos publicados, tanto nacionais quanto internacionais.

A dedicação de todos permitiu que, em 2002, fosse comprada a tão sonhada sede própria, na cidade do Rio de Janeiro, onde a SBGG tem seu domicílio, foro jurídico e sede administrativo-financeira. Dessa forma, a História não mais se extraviará nas constantes mudanças. Em setembro de 2011, nova mudança para uma sede bem mais ampla e belamente decorada.

Simultaneamente ao desenvolvimento técnico e científico da SBGG, o interesse pela área do envelhecimento cresceu no país e muitos dos membros da Sociedade conseguiram criar cursos de formação em Geriatria e Gerontologia em diversas universidades e hospitais da rede pública e privada.

Conheça mais sobre a história da SBGG, acesse o Livro de 60 anos SBGG: Uma História em Construção https://sbgg.org.br/livro-memorias-sbgg/