Na última quarta-feira (26/2), o Ministério da Saúde
confirmou o primeiro caso de coronavírus no Brasil. O paciente é um homem de 61
anos, residente em São Paulo, e esteve na região da Lombardia, durante o surto
de casos na Itália, de 9 a 20 de fevereiro.
Dois dias após retornar de viagem, o homem apresentou febre,
tosse seca, dor de garganta e coriza – sintomas compatíveis com a suspeita de
Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19).
Em nota, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, informou que o paciente foi atendido na segunda-feira (24) e que se encontra em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório pelos próximos 14 dias. O homem está em casa, tem sinais brandos e recebeu as orientações de precaução padrão.
Coronavírus e idosos
A Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) reforça a importância dos
cuidados com a saúde do idoso relacionados ao coronavírus, cujos agentes
infecciosos provocam sintomas similares a outras doenças, como o influenza,
comum na população acima de 60 anos.
A infecção pelo COVID-19 se
manifesta como um quadro viral respiratório, semelhantes a um resfriado,
apresentando os sintomas como dor de garganta, febre e tosse. Deve-se
considerar a suspeita pela infecção pela Covid-19 em caso de associação de
múltiplos sintomas com histórico de viagem para área com transmissão local ou contato próximo
de caso suspeito para o coronavírus nos últimos 14 dias anteriores ao
aparecimento dos sintomas. O mesmo serve para profissionais de saúde que tiveram contato
próximo de caso confirmado de COVID-19.
Segundo a presidente da Comissão de Imunização da SBGG, Drª Maísa
Kairalla, pesquisas têm demonstrado maior vulnerabilidade entre idosos quanto à
incidência da doença. “Existe a imunosenescência, que é o envelhecimento
natural do organismo e pode deixar a pessoa idosa mais suscetível a infecções
em geral”.
Medidas de prevenção
Os cuidados para prevenção da COVID-19 devem ser seguidos
por todas as faixas etárias, porém, entre pessoas acima de 60 anos é
fundamental manter o calendário de vacinação em dia para se proteger de
múltiplas infecções. “Também é importante cuidar da hidratação e alimentação e,
para pacientes com comorbidades, tratar as doenças existentes para garantir um
maior controle do caso”, explica Drª Maísa.
“A medida principal é inibir a contaminação, lavando as mãos
constantemente, usando álcool em gel, evitando multidões e o contato com
pessoas que vieram das áreas expostas ao vírus”. Para profissionais de saúde
que atuam com pessoas idosas, a recomendação segue as medidas de precaução
padrão: usar máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção
e, para realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções
respiratórias (como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro),
utilizar precaução por aerossóis, com o uso de máscara N95.
Para
reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas,
incluindo o novo coronavírus, o Ministério da Saúde traz as seguintes
recomendações:
–
Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete e
evitar levar as mãos ao rosto – principalmente à boca.
–
Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço
de papel e jogar no lixo.
–
Levar sempre um frasco de álcool em gel para garantir
que suas mãos sempre estejam esterilizadas.
–
Não compartilhar utensílios de uso pessoal (como
toalhas, copos, talheres e travesseiros).
–
Manter hábitos saudáveis. Alimentar-se bem e comer
verduras e frutas. Beber bastante água.
–
Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com
frequência (por ex., celulares).
–
Em casos
suspeitos ou confirmados, o paciente deve evitar contato com pessoas e permanecer em casa até a resolução
completa dos sinais e sintomas.
–
Em caso de suspeita, fale com as autoridades
sanitárias.
Veja outras informações no boletim da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), parceira da SBGG: http://bit.ly/CoronavirusSBI