Cuidados paliativos: conheça melhor esse suporte

Os cuidados paliativos são uma abordagem especializada para cuidar de pessoas que lutam contra doenças potencialmente fatais, oferecendo suporte ao paciente através do alívio da dor e de qualquer outro sintoma que provoque desconforto. Engloba também todos os cuidados aos pacientes, desde os aspectos físicos, psicológicos e espirituais.

Uma equipe multidisciplinar de médicos, enfermeiras, terapeutas, assistentes sociais e conselheiros trabalham juntos para fornecer cuidados para mitigar os sintomas físicos e abordar os problemas psicológicos, sociais e espirituais que o indivíduo e sua família podem enfrentar.

Eles não são implementados para estender a vida do paciente, mas podem permitir que a pessoa atinja seu potencial, respeitando as limitações impostas pelas doenças.

Diferente do que muitas pessoas pensam, os cuidados paliativos não significam que os médicos irão aceitar a morte do paciente, segundo o Dr. Daniel Azevedo, presidente da SBGG-RJ, “Permitir que morra uma pessoa que tem uma doença em fase final, garantindo-lhe todo o conforto possível nesse processo, é uma das intervenções mais nobres da Medicina e um dever do médico.”

Cuidados paliativos no Brasil

No Brasil, os cuidados paliativos ainda são subestimados por muitos médicos, que acabam prolongando a morte e promovendo intenso sofrimento no paciente e nas famílias, por não respeitar o ciclo natural da vida.

O Dr. Daniel Azevedo reflete sobre essa atitude “Os médicos e os demais profissionais da saúde precisam aprimorar suas competências, entendidas como uma soma indissociável de treinamento técnico e disposição humanista, para oferecer às pessoas gravemente doentes e seus familiares tratamentos que sejam proporcionais e coerentes em cada fase da doença.” fala ele. “Em algumas situações, os cuidados paliativos não são um dos caminhos possíveis a seguir – são o único caminho que faz sentido.” completa seu pensamento.

Uma pessoa que está em estágio final de uma doença, não precisa ser submetida a diversos procedimentos clínicos, pois não são essas iniciativas que vão reverter a doença e tampouco atender as necessidades da pessoa.

Cuidados paliativos e o câncer

Os cuidados paliativos devem começar a partir da descoberta de qualquer doença que ameace a continuidade da vida, inclusive, o câncer, como os de pâncreas e o de pulmão que possuem progressão mais acelerada.

Outros tipos que não devem ser negligenciados são o câncer de próstata, o câncer de mama e as neoplasias hematológicas. Se existe risco de que a pessoa morra daquela doença, é mandatório a introdução de cuidados paliativos.

“As pessoas tendem a aceitar melhor a aplicação de cuidados paliativos em idosos com câncer.” explica o Dr. Daniel Azevedo, “Cabe lembrar, no entanto, que inúmeras outras doenças frequentes em pessoas idosas também têm indicação de cuidados paliativos, como as demências, a insuficiência cardíaca, o enfisema pulmonar e a doença renal crônica.”

Os cuidados paliativos não são apenas para o fim da vida – o paciente pode receber cuidados paliativos no início de sua doença, enquanto ainda está recebendo outras terapias para tratar sua condição.

Diretivas Antecipadas de Vontade

As pessoas têm medo de falar sobre a morte, mas é necessário. As discussões sobre diretivas antecipadas de vontade são um instrumento que ajudam as pessoas a registrar quais procedimentos devem ser realizados caso a pessoa tenha uma doença grave ou não consiga se comunicar.

Conheça o “Cartas na Mesa” que auxilia na conversa com o paciente sobre suas preferências ao final da vida é uma das mais importantes que acontecem ao longo do acompanhamento.

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