Campanha sobre Herpes-Zóster é lançada no Brasil

zoster-1Com o objetivo de conscientizar e incentivar os cidadãos a buscar orientação médica, começa no dia 4 de junho uma campanha educativa sobre o herpes-zóster. A ação alerta para o fato de que, apesar de ser pouco conhecida da população, 95% das pessoas carregam o vírus varicela-zóster, o mesmo que, na infância, provoca a catapora,.

A campanha intitulada “Entenda o Zóster” será veiculada nacionalmente nos meses de junho e julho e conta com vídeo informativo em emissoras de televisão, anúncios em jornais e revistas, além de folhetos explicativos. Também está contemplado no projeto, um website dedicado ao tema: www.entendaozoster.com.br. A iniciativa é da MSD e tem o apoio institucional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

O herpes-zóster é conhecido popularmente como cobreiro e se manifesta com lesões na pele semelhantes a bolhas associadas a dor aguda apenas de um lado do corpo [principalmente na região do tórax, abdome e rosto (perto dos olhos)]. Segundo João Bastos Freire Neto, presidente da SBGG, após a primeira infecção pelo vírus varicela-zóster, que é a catapora e que geralmente ocorre na infância, ele permanece adormecido dentro do organismo e é reativado quando há queda da imunidade ou à medida que a pessoa envelhece, causando o herpes-zóster. Os primeiros sintomas do zóster podem ser tratados com medicamentos como antivirais e analgésicos, sendo que a imunização previne a doença.

A característica mais marcante relatada por 96% dos pacientes acometidos pela doença é a dor aguda e debilitante, sendo que para algumas pessoas, essa dor intensa pode durar meses e trazer dificuldades de realizar atividades cotidianas como tomar banho, se vestir ou até secar o cabelo. O quadro agudo do herpes-zóster dura, em média, um mês, mas as suas complicações podem ser permanentes. A dor crônica, mais conhecida como nevralgia pós-herpética, pode persistir por meses a anos.

“A população idosa deve ter atenção redobrada, pois, nessa faixa etária, existe maior propensão de desenvolver a doença que causa dor intensa e impacta enormemente na qualidade de vida”, esclarece Freire Neto. Dados dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) mostram que 1 a cada 3 pessoas desenvolverá herpes-zóster durante a vida, chegando a 50% entre os indivíduos que atingem os 85 anos de idade.

Qualidade de vida

O impacto geral do herpes-zóster na qualidade de vida do indivíduo é comparável com outros problemas de saúde como insuficiência cardíaca, diabetes, ataque cardíaco e depressão. Isso porque a doença pode deixar cicatrizes, provocar pneumonia, fraqueza muscular, paralisia motora e perda de audição. De 10% a 25% dos pacientes podem ter comprometimento ocular e, desses, 75% terão complicações como ceratite (a 1ª causa infecciosa de cegueira corneana nos países desenvolvidos), úlcera de córnea, queda da pálpebra e aproximadamente 7% terão perda visual significativa. Além disso, pode deixar sequelas como a neuralgia pós-herpética (mais conhecida como nevralgia, que é uma condição dolorosa que afeta fibras nervosas da pele e que pode durar de 3 meses a vários anos).

Nos Estados Unidos, ocorre cerca de um milhão de casos novos de herpes-zóster por ano. Aproximadamente 4% resultam em hospitalização, gerando um gasto médio de 3,2 mil a 7,2 mil dólares por episódio. Os custos adicionais associados ao tratamento das complicações, como, por exemplo, complicação ocular, neurológica e cutânea variam de 1,1 mil a 11,2 mil dólares por agravamento-.

No Brasil não há estudos específicos, mas uma consulta ao Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) mostrou que, a cada ano, registram-se cerca de 10 mil internações causadas por complicações do vírus varicela-zóster. Quando se examina a mortalidade, cerca de 80% ocorre nos indivíduos com mais de 50 anos de idade.

Para diminuir o risco de complicações após os 50 anos, é muito importante consultar um médico e iniciar o quanto antes o tratamento e cuidados médicos. Evidências científicas mostram que o início do tratamento nas primeiras 72 horas, reduz as complicações do herpes-zóster. Em termos de prevenção, hoje existe uma vacina que reduz a chance de ter herpes-zóster e sua complicação mais frequente que é a dor crônica. Outros avanços na prevenção e tratamento da doença estão em fase de pesquisa, como o desenvolvimento de novas vacinas e procedimentos para redução da dor crônica associada ao herpes-zóster. Confira o cartaz da campanha aqui.