CNPq lança medida para apoiar internacionalização das sociedades científicas

Com o intuito de intensificar os laços da ciência brasileira com órgãos internacionais, o governo criou uma medida que prevê o apoio financeiro para internacionalização das sociedades científicas do Brasil.

A iniciativa consta da chamada pública nº 045/2014, publicada na última sexta-feira, 30, pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A medida prevê o pagamento da anuidade de convênios que forem realizados entre sociedades científicas do Brasil e entidades correlatas de referência mundial, disse com exclusividade ao Jornal da Ciência o diretor da área de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Marcelo Morales.

A chamada pública prevê investimentos de R$ 600 mil nos próximos três anos, provenientes do orçamento do CNPq. O valor para cada proposta apresentada pelas sociedades científicas brasileiras será de R$ 30 mil, no máximo. Diante de restrições orçamentárias, Morales reconhece, porém, que nem todas as sociedades científicas poderão ser beneficiadas.

A ideia da medida é promover o intercâmbio entre profissionais brasileiros e do exterior e contribuir consideravelmente para o desenvolvimento científico do Brasil. Segundo Morales, hoje a maioria das sociedades científicas brasileiras não tem condições financeiras de arcar com a anuidade prevista em convênios com órgãos internacionais.

Caminhos convergentes

Para Morales, é fundamental aumentar cada vez mais o estímulo para inserir a ciência brasileira no cenário internacional.

“Sabemos que a colaboração científica do Brasil tem crescido lado a lado com os avanços obtidos pela nossa ciência em época recente, e que os esforços para internacionalização devem ser contínuos e de longo prazo”, disse Morales, também professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ex-coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), vinculado ao MCTI, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBF).

Segundo Morales, o apoio público ao estímulo da internacionalização das sociedades científicas é uma prática de países desenvolvidos. “A maioria dos países tem recursos reservados para que as sociedades científicas se vinculem a organizações internacionais correlatas.”

Viviane Monteiro/ Jornal da Ciência

 

Previsão de resultados:

1. Organização conjunta de eventos científicos, de formação e de informação, bem como escolas nacionais e regionais, cursos, palestras e fóruns;
2. Sediar eventos mundiais no Brasil, o que fortalece não apenas as interações científicas e tecnológicas, mas também estimula aumentar o fluxo do turismo de alto poder aquisitivo;
3. Aperfeiçoamento e dinamização da gestão dos instrumentos de cooperação, diversificar e expandir as parcerias estratégicas com países desenvolvidos e em desenvolvimento;
4. Intensificação de parcerias e participação em projetos internacionais;
5. Maior mobilidade de pesquisadores inseridos em projetos conjuntos, o que poderia estimular aumento de demanda qualificada a programas como o Ciência sem Fronteiras

Fonte: CNPq